ASSOCIAÇÃO ENTRE MICROBIOTA INTESTINAL E DOENÇAS AUTOIMUNES: UMA ANÁLISE COM ÊNFASE NA ESCLEROSE MÚLTIPLA

Autores

  • Maira Fonseca Reis
  • João Vítor Paschoalin Nascimento
  • Lauriane Inauria de Carvalho
  • Diogo Couto de Carvalho
  • Tauana de Sousa Tironi
  • Suelen Martins Perobelli

Palavras-chave:

Esclerose Múltipla, Microbiota intestinal, Doença autoimune, SNC

Resumo

A relação entre a microbiota intestinal e doenças com componente auto imune tem sido investigada por diversos grupos. Pesquisas que associam a microbiota e Esclerose Múltipla (EM) e suas equivalentes murinas têm sido publicadas nos últimos anos. A identificação de polarização de células T em Th1/Th17, gerando resposta pró-inflamatória foi evidenciada ao longo de publicações prévias. Acredita-se que o mecanismo envolva o reconhecimento de antígenos relacionados às bactérias presentes no intestino de camundongos e humanos. Esses antígenos demonstram mimetismo molecular com sequências da Glicoproteína da Mielina de Oligodendrócito (MOG). Desse modo, neste trabalho, foram avaliados estudos por meio de revisão narrativa que correlacionam a EM e suas equivalentes murinas com a microbiota intestinal e a possibilidade de utilizar a microbiota intestinal como adjuvante ao tratamento da EM. Foram analisados nove artigos, sendo sete ensaios clínicos randomizados e duas revisões sistemáticas por metanálise. Os texto foram selecionados mediante de critérios de inclusão e exclusão de estudos encontrados nas bases de dados PubMed, Registro Central de Ensaios Controlados da Cochrane (CENTRAL), Scopus e Web of Science. A análise dos textos resgatados demonstrou que respostas pró-inflamatórias influenciadas pela microbiota se correlacionam com as formas de apresentação da Encefalomielite Autoimune Experimental (EAE) em camundongos e EM em humanos. A resposta Th17 foi associada à ruptura da barreira hematoencefálica, propiciando o início da doença ao mesmo tempo em que reduziu a resposta anti-inflamatória com diminuição de interleucina-10. Além disso, encontrou-se que a presença de Bacteroides fragilis é relacionada como fator protetor para a EAE em camundongos, gerando um ambiente anti-inflamatório. A relação entre microbiota e doenças auto imunes, incluindo a Esclerose Múltipla, ainda necessita ser melhor avaliada em mais pesquisas. Vislumbra-se potencial terapêutico adjuvante através do manejo da microbiota intestinal por meio de antibióticos/probióticos/prebióticos, transplantes fecais ou alterações dietéticas.

Biografia do Autor

Maira Fonseca Reis

Maira Fonseca Reis. Graduanda do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves – UNIPTAN.

João Vítor Paschoalin Nascimento

João Vítor Paschoalin Nascimento. Graduando do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves – UNIPTAN.

Lauriane Inauria de Carvalho

Lauriane Inauria de Carvalho. Graduanda do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves – UNIPTAN. 

Diogo Couto de Carvalho

Diogo Couto de Carvalho. Professor do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves – UNIPTAN.

Tauana de Sousa Tironi

Tauana de Sousa Tironi. Professora do curso de Medicina do Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves – UNIPTAN.

Suelen Martins Perobelli

Suelen Martins Perobelli. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa sobre o Timo, Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-08-05

Como Citar

Reis, M. F., Nascimento, J. V. P., Carvalho, L. I. de, Carvalho, D. C. de, Tironi, T. de S., & Perobelli, S. M. (2022). ASSOCIAÇÃO ENTRE MICROBIOTA INTESTINAL E DOENÇAS AUTOIMUNES: UMA ANÁLISE COM ÊNFASE NA ESCLEROSE MÚLTIPLA. Educação E Saúde: Fundamentos E Desafios, 2(3), 122–135. Recuperado de https://uniptan.emnuvens.com.br/educacaoesaude/article/view/596